Há cinco anos
começava, no Rio de Janeiro, o maior evento da juventude católica mundial: a
Jornada Mundial da Juventude. Além da importância do evento em si para os
jovens, o Brasil viveu um grande momento ao ser o primeiro país a receber a
visita do novo Papa na época – Papa Francisco – que havia sido eleito em 13 de
março daquele ano e tinha o Brasil como destino de sua primeira viagem
apostólica.
Foram dias cheios de alegria, evangelização e transformação na
vida de tantos jovens que lotaram a Praia de Copacabana, local dos atos
centrais da JMJ Rio 2013. Dados oficiais contabilizaram que o público presente
à Missa de Envio chegou a 3,7 milhões de pessoas no domingo, 28, último dia do
evento.
Passados cinco anos, o que ficou da JMJ? “Com certeza o primeiro
fruto foi o aprendizado a mais do trabalho com a juventude e com as pessoas em
geral”, afirma o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Joel Portella Amado, que
na época foi coordenador geral do Comitê Organizador Local (COL).
O segundo fruto concreto elencado por Dom Joel são as vocações
sacerdotais: segundo ele, aumentou, na arquidiocese de 2013 pra cá, o número de
jovens buscando o sacerdócio. Ele também destacou o valor do voluntariado, do
espírito de serviço que apareceu muito forte e ainda hoje se manifesta, além da
maior aproximação com a juventude.
Além dos frutos para a juventude de forma geral, Dom Joel se
recorda com saudosismo do trabalho conjunto realizado e dos laços de
relacionamento criados por ocasião da organização do evento. “Eu lembro com saudade
todo o trabalho do COL, todo o relacionamento, toda amizade que foi criada, a
capacidade de superar dificuldades e transcender diferentes visões. (…)
Construir a Jornada não foi apenas um trabalho concreto, foi também a
construção de novas amizades, de relações, tendo, claro, Jesus Cristo como
fundamento”, acrescentou Dom Joel.
O bispo mencionou um fato que lhe chama a atenção: domingo à
noite, quando o avião do Papa levantou voo. “Ainda no aeroporto, nos olhamos e
dissemos: ‘e agora? Acabou a Jornada’. É claro, teve toda a missão
evangelizadora, mas o fato de estar junto, de construir uma Jornada com toda
dificuldade que pode ter gera laços e ensina a viver o Evangelho”.
O olhar para a juventude na arquidiocese
Também entre os frutos que se pode atribuir à JMJ no Rio de
Janeiro está o fato do evento ter animado a arquidiocese no trabalho com os
jovens, acrescentou o bispo. Ele reconhece que a juventude tem um outro jeito
de ver o mundo que nesses últimos anos foi se construindo a partir de realidades
com as quais o modelo tradicional de fazer pastoral não está acostumado.
“A Jornada nos ensinou a lidar, por exemplo, com as diversas
faces da juventude, maneiras diferentes de viver o mundo, de viver a fé e nós
aprendemos que é necessário ter uma presença plural junto ao mundo plural,
ainda mais junto aos jovens”.
Evento comemorativo
Para recordar os cinco anos da JMJ no Rio de Janeiro, a
arquidiocese preparou um evento para o dia 28 de julho. Segundo Dom Joel, o
evento tem três propostas, em especial, sendo a primeira delas recordar e
celebrar a Jornada que aconteceu no Rio.
“Queremos mais uma vez agradecer a Deus pelo dom da Jornada da
Juventude. Para nós, ela foi mais que um acontecimento, mais que um trabalho, é
um dom, um presente que nós recebemos. Como todo presente de Deus, vem como
semente e a gente precisa fazê-la frutificar. A cada ano, lembrar a Jornada é
lembrar o que ocorreu, o que foi vivido”.
A segunda proposta é motivar para a Jornada no Panamá. “Explicar
como a arquidiocese do Rio está se preparando, a gente está trabalhando desde
que foi anunciada [a JMJ no Panamá], já fomos três vezes ao Panamá, temos um
contato muito próximo com o COL Panamá e vamos fazer um trabalho de apresentar
e motivar”. Já a terceira proposta do evento comemorativo, segundo o bispo, é
articular a juventude e estar próximo a ela.
Dom Joel estará na próxima JMJ. Ele já esteve no Panamá com a
equipe conhecendo a realidade local e diz que o povo panamenho é muito próximo
ao brasileiro, com uma capacidade de acolhimento muito grande. “Eu diria que
vai ser uma jornada com um rosto sul-americano muito forte”, finalizou.
Via Canção Nova